RODRIGO ODONE
Ator e Professor de Teatro
Nesta edição destacamos os trabalhos realizados em comemoração a Primavera, Dia das Crianças e nosso Aniversário de 2 anos. Separamos algumas atividades da nossa grade, e destaque na deliciosa oficina de culinária, preparadas com tanto carinho pela equipe da casa.
JK8_siteNo final de outubro-2018 fizemos outra festa para celebrar mais um ano da nossa casa, com muita estimulação e bem-estar aos nossos idosos.
Aproveitamos também para agradecer a parceria dos profissionais mais antigos, que nos acompanham desde o início, e homenagear nossas idosas que foram as primeiras clientes do KORU.
Aniversario KORU 2 anos v1
Cozinhar é um ato de amor que pode ser passado de geração em geração
Toda vez que preparamos uma refeição, além dos ingredientes básicos necessários, estão envolvidos também os nossos sentimentos.
No dia a dia corrido a escolha dos ingredientes muitas vezes é feita pensando-se exclusivamente na praticidade de prepará-lo, no seu preço ou na facilidade de limpar a menor quantidade de louça possível. Muitas vezes pensamos também apenas em valores nutricionais. Deixamos de lado o prazer de preparar a refeição e de comer com calma, saboreando os alimentos, sentindo o aroma, os sabores diferentes, a textura, a temperatura.
É nesta mistura de sensações no paladar que se despertam os mais profundos sentimentos e afetos. Assim, podemos perceber a diferença entre uma alimentação preparada com carinho, com a intenção de alimentar bem, e as comidas feitas em restaurantes ou fast-food, feitas em massa, quase que mecanicamente.
A reunião em torno da mesa também é uma celebração. Momento de alegria, de compartilhar o alimento e os assuntos. Alimenta-se corpo e alma.
Cozinhar também pode ser uma terapia que ativa a memória e a cognição! Elaborar o cardápio, escolher os ingredientes, substituir os que não foram encontrados, usar a criatividade, calcular quantidade e proporção, cortar os alimentos, ficar atento ao tempo de preparo e ao que está fazendo (foco e presença). Tudo isso é uma forma de ativar a mente, nos fazer sentirmos úteis e produtivos, ocupando a mente com algo saudável e produtivo.
Entre os alimentos, o pão é um dos mais antigos de que se tem conhecimento. Foi e é alimento apreciado nas mesas de ricos e pobres.
O pão é vida. É o alimento básico, o nosso sustento mais comum. Mas ele não é só alimento para o corpo, ele é o símbolo do alimento para a alma, presente em várias religiões e crenças.
O pão é assim um símbolo diário que nos lembra que o importante é alimentar corpo e alma, é dividir o que temos com o próximo. Pão simboliza o compartilhar.
A história do Biscoito
Segundo as lendas, os antigos comiam grãos crus, moendo-os lentamente e triturando com os dentes, com isso surgiu a ideia de se amassar os grãos entre duas pedras, misturando água àquela massa e secá-la ao fogo, tornando-a uma pasta seca e dura.
Entre os egípcios, os biscoitos já pareciam bolachas secas e eram servidos adocicados com mel – uma vez que o açúcar ainda não era conhecido. Eram objeto de gentileza entre a casta nobre, os biscoitos feitos para dar de presente aos amigos. Na época, um especialista em fabricar os biscoitos era em geral um escravo, já que a receita era passada de geração para geração entre estes. Um especialista em biscoitos podia ser comprado, alugado ou tomado à força. Era um escravo de luxo.
A palavra biscoito tem origem de duas palavras francesas: “Bis” e “Coctus” e significa “cozido duas vezes”. Isso porque o biscoito surgiu da necessidade dos viajantes carregarem seu próprio alimento, no caso o pão, e esse precisava ser cozido duas vezes, para ter menos umidade e, assim, durar mais tempo. Ele virava, portanto, um “pão duro”.
“Cozinhar é o mais privado e arriscado ato.
No alimento se coloca ternura ou ódio.
Na panela se verte tempero ou veneno.
Cozinhar não é serviço.
Cozinhar é um modo de amar os outros.”
(Mia Couto – O Fio das Missangas)
Obrigada!!
EQUIPE KORU
Silvia Pirre (Psicóloga)
Márcia Soares (Nutricionista)
Os destaques dos meses de julho e agosto foram o passeio ao THEATRO MUNICIPAL e o projeto SOLIDARIEDADE NÃO TEM IDADE, junto ao voluntariado do Hospital Emilio Ribas.
As atividades extras em conjunto com a grade semanal de oficinas variadas, enriquece as opções de estímulos oferecidos pelo KORU, satisfazendo a todos os envolvidos principalmente os idosos.
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No dia 27/07/2018 o KORU CENTRO-DIA organizou uma visita com os idosos e profissionais da casa ao THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO.
Localizado em frente ao Viaduto do Chá e outros monumentos próximos, tornou-se cartão postal e uma das principais atrações turísticas e culturais na maior cidade do país.
Inaugurado em 1911 atendendo ao desejo da elite paulista da época, foi construído para equiparar a cidade aos grandes centros culturais do mundo.
Inspirado na Ópera de Paris, é uma casa de ópera que atualmente prioriza espetáculos de música e dança clássicas. Excepcionalmente apresenta musicais ou peças mais populares.
Nossa guia foi a JULIA que conduziu o grupo e explicou muito bem sobre a história do teatro e diversas informações importantes das salas que passamos.
Na sala principal nos sentamos nas cadeiras próximas ao palco. Conhecemos diversos detalhes da estrutura interna da sala como a luminária de 1 tonelada, as pinturas dos personagens gregos no teto da sala e o significado de cada um deles; o órgão de tubo, camarotes, montagem do palco e muitas outras informações.
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Em seguida fomos ao salão Nobre e apreciamos as pinturas do teto e os detalhes luxuosos que enfeitam todo o ambiente.
Nesse salão as pessoas fechavam negócios e desfilavam entre as personalidades presentes que frequentavam o teatro não apenas para se divertir.
As pinturas foram realizadas pelo Liceu de Artes por isso não possuem assinatura.
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Na escadaria de mármore italiano da entrada do teatro foi explicado sobre as esculturas e arquitetura do local, a distribuição das classes sociais nos andares específicos, separando os mais poderosos dos menos poderosos, e que as pessoas comuns não frequentavam a casa.
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Encerramos o passeio na frente do teatro com toda a turma posando e aguardando a van para levar de volta ao KORU.
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Ao chegarem no centro-dia estava pronto um delicioso almoço para todos os participantes, fechando com chave de ouro mais um alegre passeio da turma do KORU.
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E na atividade a tarde de Arte-Terapia da Eliza, ela aproveitou o tema do passeio e desenvolveu sua atividade com uma lembrança caprichada pintada por eles.
Olá !
Maio = Dia das Mães
Junho = Festa Junina
Esses dois eventos foram realizados no Koru com festa e muita participação dos idosos.
Destacamos as atividades de Teatro, Terapia Complementar, Pintura e Música conduzidas pelos profissionais-terapeutas da casa.
O teatro, em todas as suas inúmeras potencialidades, permite uma aproximação genuína e infinitamente enriquecedora de algo que muitas vezes não damos atenção nos dias de hoje: o contato com nós mesmos e com o outro.
Sua matéria-prima básica: o ser humano e seu corpo.
Seu maior desafio: permitir-se estar aberto (a) a essa experiência única de exposição e descobertas que o teatro, de maneira muito singular em relação a qualquer outra arte, propicia.
E é com esse desafio que, a partir de maio, os idosos do Koru Centro-Dia assumiram uma nova jornada. As oficinas de Teatro, ministradas às quartas-feiras a tarde, partiram da exploração da história do teatro no Brasil e no mundo e aos poucos foram ganhando espaço e aguçando o interesse e a memória dos idosos.
Com eles, o teatro assumiu uma vertente mais terapêutica, permitindo-os ter, inicialmente, um contato leve e descontraído com formas de representação teatral de que nunca haviam ouvido falar, bem como resgatar memórias e lembranças por meio de cenas de filmes, artistas e músicas antigos.
Recentemente, entrou em cena o trabalho das Máscaras com todo o seu colorido e particularidades históricas e regionais.
Com as oficinas, os idosos puderam conhecer vários tipos de máscaras do mundo todo e entender o papel da máscara – seja ela expressiva ou não – no fazer teatral. Simultaneamente, cada idoso teve a oportunidade de confeccionar sua própria máscara artesanalmente. O trabalho rendeu lindos frutos e, com as máscaras já prontas, veio a possibilidade de montar as primeiras cenas tendo os idosos como atores e atrizes.
Para isso, foram ministradas novas oficinas para que os idosos compreendessem um pouco sobre os conceitos de cena, personagem e sobre as particularidades técnicas da interpretação utilizando a máscara.
Os personagens e a cena foram concebidos pelos próprios idosos quase que na totalidade e, após alguns ensaios, eles já estavam participando de uma cena completa: uma trágica cena de envenenamento em um baile de carnaval. O empenho dos idosos foi grande e as sensações de satisfação e diversão ao realizar e, principalmente, em ver a cena na televisão foram especiais e reveladoras para muitos deles; cada um pode, dentro de suas limitações, sentir-se no centro do nosso palco e receber os merecidos aplausos do público.
RODRIGO ODONE
Ator e Professor de Teatro
Formação em Teatro pela Oficina de Atores Nilton Travesso
Experiência de mais de 13 anos trabalhando com espetáculos teatrais e filmes como ator, diretor e produtor cultural
Ministra palestras sobre comunicação, oralidade e consciência corporal
Método próprio envolvendo Jogos Teatrais e Contação de Histórias, desenvolvido para idosos de Centros-Dia
Olá !
Entre março e abril celebramos o “Dia da Mulher” e “Páscoa” com eventos especiais na casa, coordenados pela terapeuta ocupacional Priscila.
Destacamos também algumas atividades em que os idosos colocaram a mão na massa: as oficinas de culinária e sabonete, com experiências diferenciadas e prazerosas para eles.
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PROSPERIDADE (substantivo feminino)
Significado:
Falar de prosperidade quando se trata de alimentação é algo que nos remete a muitas reflexões.
Começamos pensando que no ventre materno para prosperar, crescer e nascer, o bebê precisa do alimento através do cordão umbilical.
No Koru Centro-Dia realizamos em 18/04 uma Oficina de Culinária tratando o tema.
Inicialmente foi feito um bate papo com nossos idosos, trazendo situações onde se pensa na Prosperidade. Surgiram várias opiniões, a saber:
1 – Final de ano, muitos desejos de melhorar em relação ao ano que finda, desejo de prosperidade, daí vem a famosa simpatia das folhas de louro e/ou a simpatia dos 7 gominhos de romã. Tudo isto visando mais prosperidade no novo ano.
2 – Um outro significado de prosperidade no quesito de alimentação, diz respeito ao sujeito ter dinheiro suficiente para conseguir comprar alimentos, abastecer sua casa, alimentar sua família. Aquele provedor que consegue através do seu trabalho trazer a alimentação; este representa a prosperidade.
3 – Outro fator muito interessante discutido foi a alusão que a prosperidade nos dá quando temos mesa farta, cheia de variedades de alimentos. Isto além de representar fartura, traz a ideia de união e unidade familiar, representa vida social, encontro com amigos, momentos de alegria; isto também é prosperar!
4 – Pensando nos tipos de alimentos, falamos sobre alimentos como por exemplo: pão, arroz e grãos, que são fortes representações de prosperidade. O pão cresce, fermenta, se multiplica, prospera. O arroz após cozido triplica sua quantidade, aumenta, prospera. Grãos ficam de molho, hidratam, amolecem, se tornam palatáveis, prosperam, ou seja, na confecção dos alimentos podemos ver a prosperidade presente.
5 – Um outro conceito foi pensar na prosperidade relacionada com o sagrado, com nossas crenças, com nossos desejos íntimos e morais de prosperar: ontem, hoje e sempre!
Foi interessante perceber que este “substantivo feminino” como diz o dicionário, na verdade é um “verbo” em ação constante em nossas vidas.
Nascemos para ter prosperidade, não queremos ficar estagnados. E que mesmo idosos, mesmo tendo vivido muito, ainda existe a sede por prosperar…. por aprender…. por fazer….
Na Oficina de Culinária do Koru Centro-Dia, finalizamos discutindo que só temos prosperidade, se soubermos também dividir. E que a alimentação é muito melhor quando é compartilhada, dividida, alinhada e principalmente degustada junto!
Finalizamos preparando um delicioso Pão de Queijo para nosso café da tarde e amassando a massa de um Pão de Cebola que foi consumido no café da manhã do dia seguinte.
E assim, felizes e prósperos, encerramos nossa atividade!